segunda-feira, 7 de setembro de 2015

POTINHOS DE AMOR COM GOSTO DE GELEIA



O pé está carregado de amoras, antes que chova e o vento derrube todas, apanhei as que pude alcançar. As mais lindas estão no alto, essas ficarão para os passarinhos. Afinal foi também para eles que plantei frutas no quintal. 

Algumas vezes tenho companhia para a colheita, meus filhos mais altos alcançam todas. E o tempo das amoras é quase um tempo de festa porque eles adoram. Mas hoje eles estão longe e as amoras lindas. Vou fazer geléia.  Ou melhor, elas já estão no fogo espalhando um cheiro bom de frutas vermelhas pela casa.

Mais uma vez eu penso em como a natureza é sabia nas suas lições. E a cozinha idem. Basta plantar e você terá o que colher.  Se tiver companhia para saborear suas frutas pode ser muito bom. Se não tiver, invente o que fazer com elas. Doces, compotas geléias. 

Colocar numa cesta e distribuir.  Há muito o que fazer com o que temos e não apenas com as frutas. Amor especialmente. Enquanto você fica parado esperando um abraço que não chega, pode muito bem oferecer o seu abraço para alguém. O meu abraço de hoje é uma bacia de amoras virando geléia. Quando ficar pronta cada filho receberá um potinho, feito de amor e saudade. Com gosto de casa de mãe.

GELEIA DE AMORA
1 e ½ xícara de amoras
1 xícara de açúcar cristal ou Demerara
1 talo de maçã com semente e tudo
½ limão espremido para fixar a pectina da maçã.
Coloque tudo no fogo baixo por 40’ pelo menos.
Desligue antes de secar porque a consistência de geléia aparece quando esfria.

Depois que esfriar distribua em potes esterilizados.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

FATIAS HÚNGARAS




Alguns doces têm gosto de casa de vó, de casa de mãe,  de infância amorosa. A gente come e junto vem aquele sabor de se sentir amado. De saber que alguém entrou na cozinha, amassou um pão, recheou com leite condensado e coco e assou esperando "quem vem para o café".

Por isso hoje eu quis fazer as famosas fatias húngaras, para trazer de volta todas essas memórias boas das crianças grandes e pequenas lambuzando os dedos e a alma, nos muitos cafés da tarde que tomamos na casa da vó Bebé. Ela fazia, a Vera, babá da Thais e depois babá de todos nessa vida, fazia também. Acabei aprendendo para matar vontades e saudades.

E comer quentinho com leite condensado por cima, com as pessoas que eu tanto amo fez toda a diferença. Nunca estão todos ao mesmo tempo, mas quem não está perto vai receber um farnelzinho de doçuras e amor de mãe. 

INGREDIENTES
2 tabletes de fermento de  pão
4 colheres de sopa de açúcar
1 xícara de leite morno
1 colher de chá rasa de sal
50 g de manteiga
2 ovos
1/2 kg aproximadamente de farinha de trigo

Recheio:
200 g de coco ralado ( 2 pacotes) 
1 lata de leite condensado
1 colher de raspas de limão
3 colheres de sopa de manteiga (tire da geladeira quando começar a receita)

Leite condensado para cobrir as rosquinhas depois de assadas

MODO DE FAZER
Dissolva o fermento no açúcar e no sal até formar um líquido, acrescente então o leite morno, os ovos e a manteiga. Misture bem. Neste líquido, acrescente um pouquinho de farinha como se fosse fazer massa para panqueca.

Cubra com um pano limpo e deixe descansar até formar bolhas por aproximadamente 20 minutos.

Coloque aí então o restante da farinha de trigo pausadamente, até desgrudar das mãos. Deixe descansar até dobrar de volume.

Corte a massa em duas partes para facilitar e abra com um rolo de macarrão.
Sobre a massa aberta passe a manteiga, cubra com leite condensado e o coco ralado. Enrole a massa como rocambole, corte em fatias.

Leve ao forno para assar por aproximadamente 40 minutos em forno baixo ou até ficarem douradas

Depois de assadas espalhe leite condensado por cima.

Rende uma assadeira grande.




quarta-feira, 13 de maio de 2015

XAROPE DE ERVAS




Depois de duas semanas de gripe e tosse, tomando remédios homeopáticos, chás, canja com inhame etcetera e tal, minha amiga Emma se ofereceu para trazer folhas de Guaco para fazer seu famoso xarope de ervas. Ela me deu a receita faz tempo, já preparei várias vezes, curou tanta gente e eu tinha esquecido dos seus poderes. Quase mágicos diria. Fiz, tomei quentinho ainda. Dormi. Sarei. Acordei com vontade de escrever.

Gosto de pensar que sou uma bruxa do bem. Como num sonho, lembrança de outras vidas ou planos de futuro, me vejo morando em uma casa dentro do tronco de uma árvore. A entrada é um jardim encantado. As flores se penduram nas janelas. O vento traz o aroma dos campos. Campos de lavanda. A porta fica sempre aberta. Não existe perigo, só bênçãos.

Tenho cabelos brancos, uso avental e vivo em uma enorme cozinha. Nas prateleiras  os vidros têm etiquetas de todas as ervas. As que eu plantei, colhi, sequei ou ganhei de visitantes inesperados.  Mesmo sabendo que são todos esperados há tempos. Preparo poções mágicas de cura. Somos feitos de barro, o que vem dele há de curar.

Algumas prateleiras têm vidros com letrinhas. Gosto de fazer poções com elas também. Deus criou o mundo com as palavras, se realmente somos feitos à sua imagem e semelhança podemos criar com elas. E muito. Agora mesmo estou tentando.

Assim, entre ervas e letrinhas eu durmo às vezes sonhando que sou bruxa e acordo com a certeza de que já fui. Ou serei.

E se você quiser tentar essa receitinha milagrosa para tosse e gripe, basta preparar com intenção de cura. Sempre rende três vidros pequenos. Fico com um e reservo os outros para quem precisar.

XAROPE DE ERVAS DA EMMA

I xícara de chá de guaco (só as folhas)
1 colher de sopa de manjericão
1 colher de sopa de manjerona
1 colher de sopa de folhas de laranjeira
1 colher de sopa de agrião
1 colher de sopa de gengibre
1 colher de chá de cravo e 1 de canela em pó
2 copos de açúcar. 

Dourar o açúcar junto com as ervas. Quando estiver formando a calda  acrescentar 1 litro e mais 1 copo de água quente. Colocar a água com cuidado porque a calda ferve. Deixar ferver até engrossar.
Tirar do fogo, coar e acrescentar 1 vidro de mel.
Se for guardar por mais tempo, colocar na geladeira.




domingo, 10 de maio de 2015

FLORES DE MAÇÃ



Ingredientes:
1 pacote de massa folhada Arosa
6 maçãs grandes
4 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sopa de canela em pó
1 limão espremido
farinha para abrir a massa

Modo de fazer:

Siga o tutorial do link, que foi a inspiração: 

http://www.fox.com.au/scoopla/food/blog/2015/4/easy-to-make-apple-pie-flowers-sweet-delicious/

E veja também como eu adaptei a receita: 

Lave bem as maçãs porque você não vai tirar a casca.
Corte ao meio e pique  em finas fatias. 

Quanto mais finas melhor para enrolar depois.
Coloque em uma vasilha com agua e limão e leve  ao microondas por 3',.
Ou ao fogo para amolecer as maçãs.

Retire da água e espere esfriar.

Divida a massa em duas partes para facilitar.
Abra com o rolo na pia coberta com farinha de trigo. 
Corte em tiras de 5 cm x 10cm ( mais ou menos).
Rende umas 20 forminhas ou mais

Coloque as maçãs com a casca para fora da massa, cubra as maçãs com a mistura de açúcar e canela e dobre a parte inferior. 
Faça rolinhos para formar as flores e coloque em formas de cupcake untadas.
Cubra novamente com mais canela e açucar. 
Leve à geladeira por 2 horas para a massa ficar mais folhada e em seguida ao forno quente por 30' ou mais. Sirva quente.

Ficam lindas, deliciosas  e valem por uma declaração de amor. Para quem for que mereça um doce tão delicado.

CONVERSA DE MÃE III




Dia das mães longe dos meus filhos, mas todos sabemos que o meu dia das mães é todos os dias em que estamos juntos. Os dias em que posso acordar fazendo pão na chapa e queijo frito. Mesmo quando eu deixo o pão de um queimando para atender o outro. Os  dias em que podemos fazer juntos uma comida boa, participar de algum evento que seria só deles e me convidam, beber um vinho e rir das histórias divertidas da infância. Inclusive aquelas em que sou o personagem principal e talvez o predileto deles.

Mas eles também são meus personagens preferidos. Adoro lembrar cada momento de vida desde o primeiro em que, ao nascer, encostaram seus rostinhos nos meus. Porque eu pedi para sentir  sua pele. A presença já era  bem viva nos meus sonhos desde sempre. O dia que cada um entrou na faculdade e saiu de casa. E eu chorei, de feliz e de saudade. O dia em que cada um se formou. Chorei feliz de novo. A saudade já era parte de tudo sempre e ainda é.


E hoje,  há tantos anos vivendo longe, meu coração apenas abençoa cada um com uma prece todas as manhãs.  Algumas vezes no fim do dia se  eles me avisam: reza aí mãe. E fico feliz porque eles aprenderam o valor da fé e da espiritualidade. Assim como todos os outros valores que nos unem e fizeram deles as pessoas íntegras, batalhadoras, idealistas e seguidores dos seus sonhos. E atrás  de cada um dos seus sonhos sigo eu, acreditando que sou um anjo enorme de asas muito grandes que segue cada um onde estiver.